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Produção de biocombustíveis e a segurança alimentar

The Farm News Edição 069

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🍛X⛽"Food vs Fuel", será que a produção de biocombustíveis ameaça a segurança alimentar?

Você já ouvir falar sobre "food vs fuel"? A expressão se refere ao debate em torno da competição entre o uso de culturas agrícolas para produção de alimentos e para a produção de biocombustíveis. A produção em larga escala de biocombustíveis, “competem” com a produção de alimentos por recursos como terra, água e mão de obra. Alguns argumentam que a produção em larga escala de biocombustíveis pode levar ao aumento dos preços dos alimentos e à escassez de recursos para a produção de alimentos, contribuindo para a insegurança alimentar em certas regiões. Outros argumentam que a produção de biocombustíveis argumentam que eles representam uma fonte de energia mais sustentável em comparação com os combustíveis fósseis, ajudando a mitigar as mudanças climáticas e reduzindo a dependência de fontes não renováveis de energia. Mas será que realmente a produção de biocombustíveis ameaça a segurança alimentar?

Em meados dos anos 2000, os biocombustíveis ganharam impulso como uma alternativa viável e simples para redução de emissões; vários países estabeleceram metas de ampliação do uso. No entanto, surgiram questionamentos, o primeiro relativo à disponibilidade de terras produtivas ser um fator limitante. O segundo era referente ao crescimento da utilização de produtos agrícolas com finalidade energética ser uma ameaça ao abastecimento de alimentos e até mesmo à preservação florestal.

As dúvidas à época recaiam principalmente sobre o programa americano do etanol, produzido basicamente a partir de milho, sugerindo que o aumento da demanda pelo grão elevaria os custos na produção de alimentos derivados. No entanto, diversos estudos posteriormente publicados na literatura científica demonstraram que esse impacto fora bastante limitado. Embora se reconheça em muitos trabalhos alguma ocorrência de competição pelo fator terra, resultados passaram a ponderar os aspectos positivos na interdependência entre produção para combustíveis e para alimentos, tais quais: elevações em produtividade que neutralizaram efeitos negativos; geração de renda e emprego em regiões subdesenvolvidas derivadas do aumento no uso de biocombustíveis .

Portanto, as conclusões iniciais de efeitos diretos sobre a produção e preços de alimentos com origem no crescimento de biocombustíveis foram consideradas bastante simplistas naquele momento, principalmente quando eram avaliados casos como o brasileiro, onde a produção predominante de bioenergia era advinda do etanol de cana-de-açúcar, que comparada ao milho é muito mais eficiente.

Em meio a elevação dos preços dos alimentos provocada por desequilíbrios em cadeias globais de produção, em virtude da inflação das commodities agropecuárias sucedida a partir de 2020 com a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia, discute-se novamente o papel e a importância da bioenergia na transição energética.

Segundo dados da Agência Internacional de Energia, de 2022 até 2027 a demanda mundial por biocombustíveis deve crescer cerca de 20%, e alternativas em estudo, como o hidrogênio verde, podem impulsionar o uso energético de produtos agrícolas.

É importante destacar que, ao longo das últimas décadas, houve grandes avanços tecnológicos tanto no lado da geração de bioenergia quanto na produção agropecuária. Além disso, na produção “dentro da porteira”, existem sistemas integrados de energia e alimentos (IFES, sigla em inglês para Integrated Energy and Food Systems), que consistem em fazendas estruturadas para intensificar e integrar a produção de energia e de alimentos, maximizando a sinergia na produção agropecuária e em sistemas agroflorestais.

As tecnologias atuais sugerem um crescimento significativo do uso de bioenergia sem pressão significativa sobre a produção de alimentos. Especialmente no Brasil, há grande possibilidade de extensão da fronteira agrícola sobre áreas de pastagens. O crescimento no uso de bioenergia com origem agrícola também permite uma maior geração de renda em áreas rurais, que em geral são bastante defasadas em relação a seus indicadores socioeconômicos quando comparados aos das áreas urbanas ou industriais, contribuindo positivamente com a segurança alimentar em algumas regiões (atualmente, o maior problema do acesso a alimentos refere-se à renda, não à baixa oferta).

 Portanto, segurança alimentar e energética podem andar juntas, e o incentivo à bioenergia não necessariamente estabelece uma relação de oposição entre estes dois importantes elementos.

Cientistas da Embrapa desenvolveram um método para preparação de bebida alcoólica fermentada de acerola👨‍🔬🍹

O processo da preparação de bebida alcoólica fermentada de acerola, visa mitigar as perdas pós-colheita, apresentando-se como uma alternativa comercial viável para produtores e agroindústrias. No mercado brasileiro, uma garrafa de 750 ml do fermentado de acerola pode atingir o valor de até R$ 80,00.

As pesquisas foram realizadas na Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), região do Vale do São Francisco, que se destaca pelo cultivo da fruta. Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de acerola, evidenciando um considerável potencial para a produção em larga escala do fermentado.

O desenvolvimento da bebida ocorreu em ambiente laboratorial, utilizando polpa da fruta e acerolas in natura da variedade “Junko”. Essa cultivar de acerola se destaca pelo alto teor de vitamina C, coloração vermelha atrativa, aroma e sabor exóticos. 

A produção de bebidas fermentadas de frutas representa uma estratégia para agregar valor, aproveitar diversas espécies frutíferas, diversificar canais de comercialização e reduzir desperdícios pós-colheita, beneficiando os agricultores e a agroindústria local, podendo até vir a ser uma alternativa de turismo rural.

Conforme o Decreto nº 6.871, de 4 de junho de 2009, fermentado de fruta é definido como uma bebida com graduação alcoólica entre 4% e 14% em volume a 20 °C, obtida pela fermentação alcoólica do mosto da fruta sã, fresca e madura, do suco integral ou concentrado, ou da polpa de uma única espécie frutífera, podendo-se adicionar água.

O fermentado de acerola desenvolvido pela Embrapa apresentou características próximas a um bitter, oferecendo uma amargura distinta. Para a apreciação pelos consumidores, recomenda-se servir a bebida gelada, como aperitivo.

🇫🇷 França reduz estimativas de área de grãos de inverno⛈️📉

O Ministério da Agricultura da França reduziu ontem (13), suas estimativas de semeadura de grãos no inverno, com a área de trigo mole sendo a segunda mais baixa em 30 anos, depois que fortes chuvas interromperam o trabalho de campo no maior produtor agrícola da União Europeia.

A área semeada com trigo mole de inverno, principal cultura de cereais da França, para a colheita de 2024 foi estimada em 4,36 milhões de hectares, abaixo da previsão inicial de 4,49 milhões em dezembro e 7,7% abaixo da área do ano passado. A estimativa revisada foi a segunda mais baixa desde 1994, depois de 2020, quando o plantio também foi reduzido por chuvas torrenciais, disse o ministério em um relatório sobre a colheita.

“O clima adverso no final de 2023, com chuvas acumuladas 17% acima do normal no quarto trimestre, atrapalhou gravemente o trabalho de campo…O excesso de umidade fará com que alguns campos sejam escavados e algumas plantações sejam adiadas em favor das colheitas da primavera.” Afirmou o ministério.

O ministério reduziu a sua projeção da área de cevada de inverno para 1,27 milhões de hectares, contra 1,31 milhão anteriormente. Isto representa agora uma queda de 6,6% em relação a 2023, mas está em linha com a média dos últimos cinco anos. Para a colza de inverno, a principal cultura de oleaginosas da França, a área de 2024 foi reduzida para 1,34 milhões de hectares, dos 1,35 milhões esperados em dezembro, agora 0,6% abaixo do nível do ano passado, mas quase 16% acima da média de cinco anos.

 O trigo e a colza são quase exclusivamente culturas de inverno em França, enquanto a produção de cevada inclui uma grande quantidade de culturas semeadas na primavera.

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O mercado de mini bovinos, já conhece? 🐮

Foto: Arquivo Pessoal / Ricardo Grespan

No Brasil, país com o segundo maior rebanho bovino do mundo, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), as miniaturas de vacas e bois começam a chamar a atenção e ganham espaço no mercado.

Embora pequenos no tamanho e com patas bem menores, os animais apresentam as mesmas características dos pares convencionais, como aptidão, força e robustez para executar trabalhos comuns no campo, e também estão tornando-se fonte de renda pela finalidade genética. Por onde passam, geram curiosidade, centenas de fotos e comentários carinhosos pela docilidade.

O criador Ricardo Grespan divide os 112 animais que possui entre duas propriedades com objetivos distintos. Na Estância Pé de Breque, em Capitólio (MG), mantém 78 mini vacas leiteiras das raças jersey e holandesa, já em São José do Rio Preto (SP), 12 mini touros das raças gir, nelore pintado, guzerá, punganur, nelore chapiscado são criados com foco na venda de sêmen para reprodução.

Foto: Arquivo Pessoal / Ricardo Grespan

Ele começou sua jornada criando bovinos da raça Dorper, logo depois teve que introduzir um pequeno rebanho de vacas leiteiras para suplementar os cordeiros recém-nascidos. Ao longo do tempo foi percebendo que a comercialização de mini bovinos era mais eficiente, ampla e fácil em comparação com os carneiros. ele já comercializou o sêmen dos animais em todo território brasileiro e em alguns países da América Latina. O plantel do criador é composto por cerca de 112 animais, entre touros, matrizes e vacas parideiras. As raças mais requisitadas são: Holandês, Nelore, Nelore Pintado e Jersey.

Segundo Ricardo 80% dos mini animais desempenham uma função semelhante à de animais de estimação. Ele destaca a vantagem de possuir um casal de mini bovinos na propriedade, podendo extrair alguns litros de leite para consumo próprio. O entrevistado enfatiza a baixa despesa associada aos mini bovinos, já que esses animais consomem apenas 3% do peso vivo em matéria seca, consomem apenas 30% se compararmos com um bovino padrão. Algumas mini vacas são mais leiteiras, inclinando-se para raças como Holandês e Jersey. Ele compartilha uma experiência na Serra da Canastra, onde chegou a tirar 100 litros de leite por dia para produzir queijo, mas acabou interrompendo devido aos custos elevados e à necessidade de um funcionário dedicado. Ricardo conclui que a principal função dos mini bovinos é servir como animais de estimação.

📍 Boletim do tempo contendo informações sobre previsão, temperatura mínima e máxima prevista, além de destaques relevantes dos últimos dias.

🗓️Previsão para Quarta-Feira: 14/02/24

💰 Ibovespa | 128.025,70 pontos (↓0,15%)

💵 Dólar Comercial | R$ 4,961 (↓0,68%)

💶 Euro | R$ 5,349 (↓0,62%)

📈 Selic Fevereiro 2024: 0,25201%

📊 IPCA Janeiro 2024: 0,42%

📊 IPCA Acumulado 2024: 0,42%

➡️ Período Referência: 09/02/2024

  • Açúcar: R$ 146,32 | sc (↑0,17%)

  • Algodão: R$ 400,35 | lp (↑0,40%)

  • Arroz: R$ 117,04 | sc (↓3,85%)

  • Bezerro: R$ 2.020,62 | cab (↓0,52%)

  • Boi Gordo: R$ 239,35 | @ (↓2,39%)

  • Café Arábica: R$ 1.027,90 sc (↑0,96%)

  • Frango Cong: R$ R$ 7,40 (↑1,37%)

  • Leite/Brasil: 12/23 R$ 2,0335 | litro

  • Milho: R$ 62,17 | sc. (↓0,27%)

  • Ovos:

    Branco: MG - R$ 177,65 (-)

    Vermelho: MG - R$ 205,50 (-)

  • Soja:

    Paranaguá - R$ 118,87 | sc (↑1,57%)

    Paraná - R$ 112,80 | (↑1,64%)

  • Suíno:

    MG (Posto) - R$ 6,86 Kg (↑9,41%)

    SP (Posto)- R$ 6,73 Kg (↑9,79%)

  • Trigo: PR - R$ 1.250,77 T (↑0,43%)

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Numerário Edições The Farm News

Ano 03

Edição Geral: 069

Edição Ano Corrente: 031/24

Autor: Blue Farm

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